quarta-feira, outubro 25, 2006
A vã glória de mandar
As palavras carecem cada vez mais de sentido. Servem para enganar quem as diz e quem as ouve. Apenas uma conserva o sentido, embora pouco reconhecida: egoísmo. Sensação de elevação própria, consubstanciada na desgraça alheia. Indiferença mascarada de interesse pelo próximo. Discurso político que chafurda nos jogos de poder efémero mas proveitoso. Bem vestidos e alimentados, pavoneando-se, os que agarram o leme comprazem-se nos festejos de um fim de festa anunciada e nauseabunda. Industriais engenhosos vendem a crise aos outros, com fartos lucros. Venderiam até a própria mãe se tal fosse necessário para continuarem nas páginas dos jornais e revistas. Sodoma e Gomorra andam por aí de mãos dadas nas piscinas e vestíbulos de hoteis. Quando beijam crianças sente-se a marca do danado. Não escaparão à justiça democrática da natureza: a morte. Então, verão quão inútil foi a vã glória de mandar.
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