Hoje, no Forum da TSF, discutia-se a indisciplina e a violência nas escolas deste país.
Ficamos espantados com os relatos: alunos que levam pistolas para a aula que lhes são devolvidas quando regressam a casa (pistolas dos queridos paizinhos), professores que vêm os pneus furados e os carros riscados por imporem ordem na aula e até, pasme-se alunos que se masturbam na sala de aulas ou fumam charros! Isto para além dos habituais insultos e cuspidelas... Não admira assim que os professores tenham medo de tudo e passem a dar boas notas generalizadas ou pura e simplesmente a olhar para o lado.
Uns dizem que são factos esporádicos, outros que a culpa é dos pais e outros do Ministério da Educação. Os modernaços dizem que os tempos mudaram e que isto é que é democrático. Naturalmente, todos esquecemos a filosofia e os costumes do presente. Criamos uma sociedade onde o admirado é o que tem dinheiro (conseguido de qualquer maneira), os meios de comunicação a soldo da "marketing vale tudo" fazem a cabeça das crianças, o consumir traz felicidade (e endividamento) e os imbecis chegam a postos elevados sem o menor esforço intelectual (muitos colaram milhares de cartazes políticos) só porque andam a fazer a vontade aos dirigentes. Tudo na base do prazer e do menor esforço. O mundo pode acabar amanhã e toca de gozar hoje. A pirâmide social ficou invertida.
Dizia alguém há tempos que as pessoas honestas se afastam da política para não chafurdarem na porcaria geral. Assim sendo, podemos deduzir que os que lá estão são, na grande maioria desonestos (muitos mentalmente, decerto).
E a Justiça dos ricos? E a ausência de horizontes? E a pedofilia sem castigo? E os futebolistas milionários só porque dão uns pontapés na bola? E as telenovelas de fazer chorar cães? E o dar tudo aos meninos? E a berraria que fazem quando não têm o que querem? E a oferta de crédito sem rei nem roque? E a evidência social através do carro pago em dez anos? E o considerar o outro como uma coisa?
Se a sociedade não mudar, se os valores humanistas não voltarem e se o maior valor de alguém não for a sua dignidade vai ser difícil reformar a escola.
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