quarta-feira, novembro 16, 2005
Quando não há pão, há que procurá-lo
Mais um debate sobre a imigração e integração. Como não podia deixar de ser, acabamos na famosa crise, nos problemas decorrentes do desemprego e na afirmação emergente da China e da Índia. Não há que chegue para todos, toca a diminuir a parte de cada um. Isto, para os que trabalham em profissões de mão-de-obra intensiva com poucos ganhos mas mesmo assim com melhor situação do que os chineses, parece. Alguns parece que nunca se debruçaram sobre a globalização e não estudaram as suas consequências. Voltamos de novo, às diferenças de valor acrescentado que se inclinam, sobretudo, para os produtos de maior tecnologia e cuja força de marketing é notória e decisiva. As produções essenciais também estão concentradas, caso dos cereais, dos petróleos, e assim os países pobres têm dificuldade em escoar os seus produtos agrícolas. Encerrados entre a agricultura e indústrias rudimentares ou de extracção por alheios estes países sentem a necessidade de investimentos mais modernos mas que só podem vir de ajuda externa por falta de ciência própria e de recursos financeiros. O recurso a crédito externo, as deficiências de gestão interna com grande participação da corrupção mais invalidam os seus esforços de sair do fundo do poço. Acresce a importação de bens de luxo para as camadas superiores da sociedade, muitas vezes supérfluos. Todo um problema que a OMC não consegue e dificulta a resolução. E isto, não se resolve com ajudas humanitárias. Os fortes ficam mais fortes, a China vai destruindo mercados, a desorganização interna agrava os problemas e os tecnocratas assistem impassíveis à derrocada. Notem o que se passa em Portugal com a "recente" técnica do aperta o cinto, da falta de imaginação e da entrega estúpida ao consumerismo e ao crédito para o mesmo. Uma nova ordem económica mundial se impõe com um retorno ao princípio fundamental da economia ao serviço do homem e não ao contrário.Mas para isso são necessárias ambições de liderança e carácter para além de meia dúzia de benefícios pessoais.
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