terça-feira, novembro 15, 2005

A passividade cultural portuguesa

JN
E para quando o 4 de Julho?
por SÉRGIO DE ANDRADE JORNALISTA

Vi, em tempos, muitos e bons filmes italianos, franceses ou ingleses; vi até muitos filmes menos bons ou mesmo pirosos oriundos de outros países. Hoje, faço como toda a gente quase que me limito a ver cinema "made in Hollywood".
É a chamada colonização cultural. Quando uma potência como os Estados Unidos chega a um ponto em que pode dizer "The world is us!", versão alargada do histórico "L'État c'est moi!", é inevitável, não que imponha as suas regras aos outros povos, mas que, passivamente, estes façam questão de as aceitar como suas.
(...)
Mas se calhar já não há nada a fazer num país que aceita que o colonizem, culturalmente que seja. Ainda assim, faço questão de me erguer e bradar bem alto "Senhores das escolas, senhores da Televisão, não é precisa tanta subserviência! Por que cargas de água é que havemos de assinalar o Halloween na véspera do Dia de Todos os Santos?! Desde quando é que a Noite das Bruxas faz parte da tradição portuguesa? O que virá a seguir? Faremos do 4 de Julho um feriado nacional?!".

De colonizadores a colonizados, voluntariamente. A subserviência é uma das características dos nossos políticos e mandantes.

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