segunda-feira, maio 17, 2010

Sinais de fogo a ou a casa dos outros a arder

"Sinais de fogo", programa de Miguel de Sousa Tavares na SIC, deriva do título de um romance de Jorge de Sena, e pretende ser um talk-show com alguma pretensão intelectual. Muito longe de um Jon Stewart com o seu humor peculiar, lá vai levando figuras públicas a pronunciarem-se sobre uma série de temas que varrem e trespassam a realidade nacional. Tudo está mal e não se vê solução. Desde António Barreto agora dedicado a uma base de dados de uma fundação qualquer até Marcelo Rebelo de Sousa todos repetem o linguado bem pensante de uma classe inútil que se revê em pensamentos especulativos acerca de uma realidade que e também ajudaram e ajudam a manter. Tira-se a conclusão que o povo é bovino e está embalado nos media, na simpatia do candidato corrupto ou no menos mau. Uma espéciie de fado trágico digno de uma tragédia grega que nos inunda de impostos e de falácias sobre o desenvolvimento (que há vários anos é antes retrocesso).Fala-se de um modo vago em despesa pública e em blá blá de gestão pública e privada. No final, ficamos tão esclarecidos como no princípio. Sócrates bem se pode rir sobretudo depois de ser acompanhado por outro dos encanastrados do sistema: o seu novo amigo Passos Coelho.
Na verdade, a democracia permitiu a uma série de imbecis dominar a coisa pública (seriam meros funcionários e empregados subalternos em qualquer lugar, sem a dita revolução dos cravos) e utilizar todo um conjunto de meios que embruteceram mais ainda a população. O problema é ainda mais grave porque se hipotecou completamentea independencia nacional a todo o tipo de interesses e o país pode mesmo deixar de existir enquanto realidade específica económica, cultural e social. Riam-se que isto não pode acontecer e esperem mais um bocado. O pai da democracia Mário Soares para aqui trouxe este povo e se ainda viver também poderá ser um dos coveiros, senão o principal.

1 comentário:

Molduras Silva disse...

um ano depois e tudo permanece igual,excepto talvez Antonio Barreto que aos poucos vai voltando ao antigamente quando escrevia cronicas no Publico (salvo erro),e que desancava em tudo e todos e até conseguiamos ter uma visão de um futuro mau,muito proximo.É pena que se tenha acomudado á vida de circunstancias como por exemp.um programa de opinião com Miguel Judice em que tudo estava bem e que até se recomendaria.Talvez volte,faça-mos votos.