quarta-feira, maio 28, 2008
terça-feira, maio 27, 2008
A crise e a alienação do povo
Finalmente, o resultado da ignorância dos nossos políticos está aí: a crise. O total desconcerto da governação, acompanhado pelo sentimento do crédito e do consumo infinito começa a revelar as falhas de um tecido político, económico e social esfrangalhado. Perdido o sentido do bom senso em matéria de crédito bancário para exacerbar o consumo individual que se transformou no paraíso terreno, aberto o mercado à inevitável concorrência de empresas muito mais poderosas, o país tem vivido não o sonho de uma vida mais tranquila e de progresso mas sim o sonho de sermos campeões da Europa. Uma classe de afortunados beneficiada e uma multidão de aparentes europeus adormecida no doce embalo do futebol, das fofocas e das telenovelas eis o quadro triste onde se vai inserindo o fenómeno da pobreza real. São trinta anos de loucura colectiva, amenizados por comentadores serventuários do poder. E a loucura continua. Ele são entrevistas das mulheres dos jogadores, ele é o seleccionador a fazer de agricultor e o Mourinho a dar lições de liderança e do ganhar fácil. Toda uma máquina montada para a alienação.
Fracos e pouco desenvolvidos tecnicamente, julgamos que a competitividade se mediria pelo tamanho dos Mercedes pagos a anos de vista. Incultos, propagamos a facilidade da obtenção de diplomas sem qualquer esforço para reforço das estatísticas a mandar para Bruxelas. Nada de modificar o tecido empresarial ou de investigar. Nada de apoiar as boas iniciativas desbaratando subsídios sem qualquer efeito económico reprodutor. As pequenas e médias empresas são apenas um slogan de comício e a concentração em meia dúzia de grupos pouco imaginativos é a regra, submetendo o consumidor a autênticos carteis de enriquecimento que nunca deixam de se alimentar do Estado e dos nossos impostos.
Claro que o mercado tem muitas virtudes mas tem algumas falhas. Entre elas a falta de concorrência, a gestão da escassez por parte de alguma empresas e factores externos como a intervenção do estado na fixação de condições que determinam o seu mau funcionamento (caso por exemplo de alguns impostos). Este não é um mercado de livre concorrência mas sim um mercado de livre actuação de algumas empresas poderosas. E a diferença é substancial.
Rezemos para que a selecção ganhe à Turquia e esperemos que os nossos tão sábios economistas, de receitas feitas, resolvam a maneira de chegarmos à final do Europeu.
Fracos e pouco desenvolvidos tecnicamente, julgamos que a competitividade se mediria pelo tamanho dos Mercedes pagos a anos de vista. Incultos, propagamos a facilidade da obtenção de diplomas sem qualquer esforço para reforço das estatísticas a mandar para Bruxelas. Nada de modificar o tecido empresarial ou de investigar. Nada de apoiar as boas iniciativas desbaratando subsídios sem qualquer efeito económico reprodutor. As pequenas e médias empresas são apenas um slogan de comício e a concentração em meia dúzia de grupos pouco imaginativos é a regra, submetendo o consumidor a autênticos carteis de enriquecimento que nunca deixam de se alimentar do Estado e dos nossos impostos.
Claro que o mercado tem muitas virtudes mas tem algumas falhas. Entre elas a falta de concorrência, a gestão da escassez por parte de alguma empresas e factores externos como a intervenção do estado na fixação de condições que determinam o seu mau funcionamento (caso por exemplo de alguns impostos). Este não é um mercado de livre concorrência mas sim um mercado de livre actuação de algumas empresas poderosas. E a diferença é substancial.
Rezemos para que a selecção ganhe à Turquia e esperemos que os nossos tão sábios economistas, de receitas feitas, resolvam a maneira de chegarmos à final do Europeu.
domingo, maio 18, 2008
Um país onde a tristeza assentou arraiais
Tomava o café. Encetei uma daquelas breves conversas com a empregada que serve para quebrar o gelo de um qualquer balcão. Acabei descobrindo que tinha vindo há alguns meses da Suiça, onde tinha vivido muitos anos. Naturalmente, perguntei a razão da volta e se estava mais contente por viver na nossa terra. Sabia já das dificuldades que iria encontrar cá mas tinha julgado que se sentiria melhor junto do seu povo. Afinal, acabou ficando desiludida, não por uma questão de dinheiro mas sim pela diferença de ambiente social. Cá tudo era mais triste, menos convidativo a experimentar a alegria de viver. Enfim, ia voltar para a Suiça porque já não lhe agradava viver aqui. Paguei, desejei-lhe felicidade no retorno e fiquei também com vontade de partir para outro lugar. Este país ficou cinzento, cheio de carros com caras rígidas, egoísmo estampado nos olhares para os outros, americanizado no mau sentido do que lá existe de mais vulgar, desconfiado e competitivo pela baixeza, reino onde a mentira impera e o espertismo saloio se evidencia. Atenua esta mediocridade de vida a inserção da alegria dos imigrantes brasileiros e africanos que mesmo com dificuldades e muitas vezes mal acolhidos, impregnam os nossos dias de sorrisos e sotaques mais abertos.
Na verdade, esta cultura ortodoxo-cristã, misturada com certos estrangeirismos europeus está a gerar uma raça seca, anódina e de prazeres individuais, onde a ignorância substituíu a cultura e as contas do défice estrangulam o cotidiano.
Na verdade, esta cultura ortodoxo-cristã, misturada com certos estrangeirismos europeus está a gerar uma raça seca, anódina e de prazeres individuais, onde a ignorância substituíu a cultura e as contas do défice estrangulam o cotidiano.
sexta-feira, maio 16, 2008
Pagará Socrates pela sua falta de ética?
El País
¿Está justificada la mentira en política?
...
Por consiguiente, la primera virtud diplomática es el amor a la verdad, según dice el diplomático británico sir Harold Nicolson en su clásica obra de 1939, Diplomacy, que, por cierto, Kissinger menciona a regañadientes en su libro, en la página del copyright, pero luego no vuelve a citar en ninguna parte.
Eso significa que algunos estadistas como Thomas Jefferson tenían razón: no existe más que una sola ética sin divisiones. Ni siquiera los políticos y hombres de Estado tienen derecho a una moral especial. Los Estados deben regirse por los mismos criterios éticos que los individuos. Los fines políticos no justifican medios inmorales.
O sea, la veracidad, que está reconocida desde la Ilustración como condición previa fundamental para la sociedad humana, no sólo es un requisito para los ciudadanos individuales sino también para los políticos; especialmente para los políticos.
¿Por qué? Porque los políticos tienen una responsabilidad especial respecto al bien común y además disfrutan de una serie de privilegios considerables. Es comprensible que, si mienten en público y faltan a su palabra (sobre todo, después de unas elecciones), luego se les eche en cara y, en las democracias, tengan que pagar el precio, en pérdida de confianza, pérdida de votos en las elecciones e incluso pérdida de su cargo.
...
Algo que os políticos portugueses desconhecem...
¿Está justificada la mentira en política?
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Por consiguiente, la primera virtud diplomática es el amor a la verdad, según dice el diplomático británico sir Harold Nicolson en su clásica obra de 1939, Diplomacy, que, por cierto, Kissinger menciona a regañadientes en su libro, en la página del copyright, pero luego no vuelve a citar en ninguna parte.
Eso significa que algunos estadistas como Thomas Jefferson tenían razón: no existe más que una sola ética sin divisiones. Ni siquiera los políticos y hombres de Estado tienen derecho a una moral especial. Los Estados deben regirse por los mismos criterios éticos que los individuos. Los fines políticos no justifican medios inmorales.
O sea, la veracidad, que está reconocida desde la Ilustración como condición previa fundamental para la sociedad humana, no sólo es un requisito para los ciudadanos individuales sino también para los políticos; especialmente para los políticos.
¿Por qué? Porque los políticos tienen una responsabilidad especial respecto al bien común y además disfrutan de una serie de privilegios considerables. Es comprensible que, si mienten en público y faltan a su palabra (sobre todo, después de unas elecciones), luego se les eche en cara y, en las democracias, tengan que pagar el precio, en pérdida de confianza, pérdida de votos en las elecciones e incluso pérdida de su cargo.
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Algo que os políticos portugueses desconhecem...
quinta-feira, maio 15, 2008
Os vendilhões da Democracia
Vimos na televisão a notícia, segundo um estudo da Universidade Nova, que cada português trabalha 139 dias por ano para pagar impostos. Assim sendo, só a partir de amanhã, passaremos a trabalhar para nós. Um professor entrevistado diz que os portugueses andam adormecidos e nem têm consciência do que pagam. Funciona assim a música dos "socialistas" que devem ter aprendido com a criação de vacas e o aumento da produção leiteira através da difusão musical. E existirá pior droga do que o adormecimento das consciências? Transformamo-nos num bando de autênticos idiotas que sustenta um grupo de malandros, tudo em nome do santo dia do voto. Eles viajam, eles esbanjam, eles enriquecem os amigos e engordam-se e depois basta um conjunto de promessas que nunca serão cumpridas para enganar os eleitores. Chamam a isto "democracia". Entretanto, a vida vai passando para muitos num mar de amarguras à espera do reino dos céus. Ele são os desempregados que vegetam dias e dias sem qualquer sonho, os estudantes que nunca terão qualquer perspectiva de futuro e os doentes que morrem lentamente por falta de tratamento e mal mastigam por falta de dentes. Chamam também a isto espaço europeu e choque tecnológico. Os novos Coliseus erguem-se à custa daqueles impostos e devem estar desejosos do Campeonato da Europa para iludirem ainda mais o povo. Este, ignorante, lá continuará a tentar sobreviver e a carregar às costas os vendilhões da Democracia.
segunda-feira, maio 12, 2008
A democracia é uma palavra para esconder a corrupção
No "JN" de 13/4/08, jornal que folheamos por acaso, vemos Pedro Paixão, escritor, responder:
Votaria nos Estados Unidos e em quem?
Votaria sempre democrata. Uma coisa é poder votar, outra é a democracia. No Irão, na Rússia, em Angola também se pode votar. O que define a democracia não é esse privilégio. É ser um estado de direito. E, tristemente, Portugal é cada vez menos um estado de direito, é lugar onde não se faz justiça e em que a verdade não é apurada. Democracia é cada vez mais uma palavra para esconder a corrupção.
Aqui está uma boa definição da democracia portuguesa. Só se esqueceu que cada vez mais este país é um estado policial, quase de partido único e que a liberdade se confina à expressão.
Votaria nos Estados Unidos e em quem?
Votaria sempre democrata. Uma coisa é poder votar, outra é a democracia. No Irão, na Rússia, em Angola também se pode votar. O que define a democracia não é esse privilégio. É ser um estado de direito. E, tristemente, Portugal é cada vez menos um estado de direito, é lugar onde não se faz justiça e em que a verdade não é apurada. Democracia é cada vez mais uma palavra para esconder a corrupção.
Aqui está uma boa definição da democracia portuguesa. Só se esqueceu que cada vez mais este país é um estado policial, quase de partido único e que a liberdade se confina à expressão.
Tapar o sol com a peneira
António Barreto, no "Público" de hoje, escreve sobre futebol e sobre um programa chamado "ALiga dos Últimos". Trata-se de um programa da RTPN que faz a reportagem dos clubes de futebol das divisões inferiores. A determinada altura escreve: "Não. O futebol também é do povo. Por isso se mostra o povo. Campos de terra batida, jogadores com quarenta anos e barriga proeminente, clubes carregados de dívidas e destreza desportiva mais ou menos nula. Jogos de nenhum interesse e de estética duvidosa. Por esse programa passam clubes que nunca ganham um desafio, que estão em vésperas de desistir e que por vezes têm dificuldades em alinhar o numero adequado de jogadores.
...
Não sei porque carga de água, o programa é hoje de culto. Os urbanos gostam e deliciam-se. Dizem-se ali boçalidades cruas. Toda a gente bebe cerveja a mais. Aquelas brincadeiras de bairro ou de aldeia aspiram agoa o momento de glória que lhes é trazido pelo facto de os novos dirigentes da RTP teram passado o programa para a RTP1, às 21H00 de sexta-feira...
É uma hora de autêntico desprezo social pelos aldeões, pelos provincianos, pelos pobres, pelso gordos, pelso mais velhos, pelso ignorantes e pelosa analfabetos."
O que encontramos de engraçado neste artigo do intelectual é esta separação entre este tipo de futebol e o chamado de Liga de Honra, onde se exibem as vedetas. Se pensarmso bem o tipo de público é o mesmo, descontando os políticos, os ricos, as madames e os pseudo intelectuais que têm sempre uma predilecção clubística para se identificarem com o povo. Será que ele nunca foi a um estádio de futebol e tem apenas uma imagem idílica do que se lá passa? Será que nunca ouviu os palavrões, a idiotice de gritar golo quando a bola passa a dez metros da baliza, os saltos de autênticas molas, os apupos, as assobiadelas e o choro dos que acham que perdem? Será que nunca viu os adeptos aos abraços, os jogadores a apalparem o traseiro dos colegas e o ar parvo dos dirigentes e convidados muito compenetrados como se estivessem na ópera?
Este futebol é idêntico ao outro só que com mais mediatismo e mais elaborados comentadores que o tentam tornar ciência. Sr António Barreto olhe para o povo em geral e verá muita boçalidade nua ou disfarçada. Não é assim que o querem? Sublisso e disposto a carregar toda a vida uma miséria encoberta, na cauda da Europa, num país onde meia dúzia de manobradores e corruptos puxam os cordelinhos?
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Não sei porque carga de água, o programa é hoje de culto. Os urbanos gostam e deliciam-se. Dizem-se ali boçalidades cruas. Toda a gente bebe cerveja a mais. Aquelas brincadeiras de bairro ou de aldeia aspiram agoa o momento de glória que lhes é trazido pelo facto de os novos dirigentes da RTP teram passado o programa para a RTP1, às 21H00 de sexta-feira...
É uma hora de autêntico desprezo social pelos aldeões, pelos provincianos, pelos pobres, pelso gordos, pelso mais velhos, pelso ignorantes e pelosa analfabetos."
O que encontramos de engraçado neste artigo do intelectual é esta separação entre este tipo de futebol e o chamado de Liga de Honra, onde se exibem as vedetas. Se pensarmso bem o tipo de público é o mesmo, descontando os políticos, os ricos, as madames e os pseudo intelectuais que têm sempre uma predilecção clubística para se identificarem com o povo. Será que ele nunca foi a um estádio de futebol e tem apenas uma imagem idílica do que se lá passa? Será que nunca ouviu os palavrões, a idiotice de gritar golo quando a bola passa a dez metros da baliza, os saltos de autênticas molas, os apupos, as assobiadelas e o choro dos que acham que perdem? Será que nunca viu os adeptos aos abraços, os jogadores a apalparem o traseiro dos colegas e o ar parvo dos dirigentes e convidados muito compenetrados como se estivessem na ópera?
Este futebol é idêntico ao outro só que com mais mediatismo e mais elaborados comentadores que o tentam tornar ciência. Sr António Barreto olhe para o povo em geral e verá muita boçalidade nua ou disfarçada. Não é assim que o querem? Sublisso e disposto a carregar toda a vida uma miséria encoberta, na cauda da Europa, num país onde meia dúzia de manobradores e corruptos puxam os cordelinhos?
domingo, maio 11, 2008
Pinto da Costa vai tentar salvar a honra do clube ou a sua pele?
Depois de um simulacro de justiça para inglês ver e que praticamente não altera nada, parece vergonhoso tentar culpar um clube tão prestigiado, muito antes de ter deste tipo de dirigentes, quando o que está em causa é o que ele fez. Os dirigentes passam e o clube fica...
Também haverá franchising de corrupção?
Venha a nós o vosso reino
Prof Martelo falando da fome no mundo, do encarecimento dos cereais, da "política" e dos livrinhos que lhe oferecem... Uma verdadeira enciclopédia para dar sono, Pena que não fale cerca da meia-noite. O gesto é elucidativo. Parece que lhe custou a engolir alguma coisa... Amanhã há mais. A não perder.
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