quarta-feira, outubro 29, 2003

Um tribu na TV

De vez em quando sonho acordado. Imagino-me num país diferente daquele em que nasci, visionando toda uma amálgama de acontecimentos que se desenrolam como num conto de fadas, não faltando as feiticeiras e sobretudo os feiticeiros que nos tormam a vida infernal. É um mundo feito de imagens, de invenções, num arco-íris bem colorido que passa do grotesco ao pseudo heróico. Para que de tudo isto reste alguma memória, aqui virei deixar periódicos testemunhos que talvez se dispersem no mundo do virtual mas talvez encontrem outro habitante deste mundo...Quem sabe?
Tribulândia porque existem muitas tribus (os) desde as políticas às artísticas, porque cada vez se pagam mais tributos, porque a vida é cada vez mais atribulada e porque se deve pagar tributo de homenagem a tanto sábio que enche o nosso écran de televisão e as páginas dos jornais dando-nos minuto a minuto a receita da felicidade.
Começo por expressar a minha grande admiração pelas declarações de um presidente de um orgão autárquico, na TV, que vendo entre diversa ajuda humanitária (como consequência de fortes incêndios na região) algumas gravatas de encher o olho (suponho), daquelas que o Hermanito usa, achou por bem merecido escolher três para seu uso pessoal. Aliás ele não tinha também sido vítima da catástrofe? Além disso, quem as usaria melhor do que ele nas sessões solenes, nas deslocações à capital, nas entrevistas (apareceu sem gravata na dita televisiva!!!), na missa de domingo? E risonho e sorridente explicava em bom português os motivos da escolha. Fiquei sem ver as ditas gravatas mas senti-me muito elucidado acerca do politicamente correcto naquelas bandas...
Na sequência da entrevista, de plano para plano, gente simples e vizinha declarava que não tinha posto o olho em qualquer ajuda humanitária... Podem não ter recebido nada mas podem estar orgulhosos do seu líder. Com tais métodos de distribuição, o pobre sacrificado presidente arrisca-se a ir a Ministro.

Conselho do dia – Não se esqueça de deixar o seu automóvel estacionado de maneira a que ninguém mais circule. Você merece. Os outros que vão a pé.

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