Entramos outra vez na época das promessas. Os actores são mais ou menos os mesmos e preparam-se para depois de nos levarem a carne se deliciarem com os ossos. Debates todos os dias com a mesma conversa monótona e, certamente, aconselhada pelos consultores de imagem. Finalmente, vem aí o paraíso. Na verdade, ficamos encantados com as promessas e adoramos os seus tristes retratos nas pracetas, jardins e vias movimentadas. O Pinóquio tornou-se um socialista, a Manela mudou de penteado e tenta sorrir, o Louçã canta as auroras do amanhã esquerdista e quer ver as nossas contas bancárias (porque será?), o pobre do Jerónimo sonha com a medalha de operário modelo e o Portas dá uma no cravo e outra na ferradura. Onde andarão os Salazaristas? Talvez numa distribuição harmoniosa por todos eles.
Ao mesmo tempo, em terra de pobreza, cantam-se as loas do costume nos comentadores desportivos de segunda-feira. Que não foi ou foi penalty, que o relatório do árbitro era omisso (???) e que todos eles são licenciados nessa ciência chamada losangofute.
Haverá diferenças entre estes e os outros que nos querem salvar? Os desportivos querem fazer-nos adormecer e os políticos algo parecido.
Chama-se a isto liberdade de expressão por contraposição ao bom senso de não dizer asneiras. Claro que liberdade verdadeira têm os ilustres banqueiros que nos levaram a massa com uma limpeza digna de nota.
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