Ligar a televisão na altura dos noticiários é algo de surrealista. A crise aparece invariavelmente através de entrevistas individualizadas a trabalhadores, políticos e empresários. Todos eles enchem a boca de lugares comuns como a importação da crise, a acção da Europa ou que estão muito preocupados. Nós ficamos com a sensação que percebem muito pouco de economia. O chavão exportar está agora na primeira linha, isto vai recuperar lá para Junho (sabem lá eles quando) e só falta falar de forças ocultas pois essas andam muito ocupadas a inventar (?) corruptos como se tal fosse necessário.
O ministro Manuel Pinho com a sua superior inteligência vem nos informar que passou o dia a falar com a administração da Qimonda. E pode saber-se sobre o quê? O Basílio Horta atira-se ao parlamento alemão local e vai-se embora com cara de muito aborrecido para o almoço. Sócrates diz que está a fazer tudo o que é possível mas parece-nos que esse possível é muito pouco.
Anos e anos de desorganização empresarial, de burocracia estatal, de má educação e formação profissional, de endividamento estúpido perante o estrangeiro, de geração de analfabetos que sabem ler a Bola, de atraso na investigação (veja-se a percentagem do PNB destinada a tal fim), de espertismo saloio político, de neolibaralismo cego tinham que dar isto. Para já não falar no sistema de justiça, torto, encravado e totalmente cego como a sua padroeira.
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