Nos últimos trinta anos um fenómeno desenvolveu-se na nossa sociedade: o enriquecimento rápido. Normalmente e naturalmente, acompanhado de muitos escândalos, investigações criminais e relatórios inócuos do Tribunal de Contas. A maior parte destes processos encontram-se enterrados. Paz à sua alma. O crédito fluía para a compra de carros, casas e gadjets electrónicos, a crise vinha longe e tudo era aceite no bom costume brando do deixa correr. Infelizmente, o Benfica não ganhava campeonatos mas como todos os outros clubes alimentava as ilusões do povo adormecido. Continuávamos atrasados em relação aos outros países europeus mas também nunca tínhamos conhecido o progresso. Aliás, ainda hoje continuamos a confundir o pedido de um pequeno favor com o desvio de milhões. Tudo no mesmo saco e assim a desculpabilização torna-se fácil. Quem se lembra do pagamento de facturas em duplicado na Capital da Cultura ou das comissões pagas pelo aluguer de barcos para a Expo que nunca foram utilizados? Talvez algum mal intencionado...
Dividido o país em fatias e distribuidas as regalias pelos vários intervenientes de diversos partidos, agora mando eu e comes tu, amanhã mandas tu e como eu a coisa lá vai caminhando. A justiça (se é que ainda conserva o nome) lá foi debitando declarações e justificando a sua ineficiência. Isto para o grande crime que, para o pequeno, lá vai actuando. Tudo um pântano de comportamentos sem qualquer dignidade nem ética. De vez em quando, a imprensa não consegue abafar a escandaleira e lá vai subindo as tiragens à custa da porcaria que vem ao de cima. Sabemos todos, perfeitamente que depois de um grande alarido a coisa arrefece e esquece à espera de um novo caso. Alguns até levam indemnizações chorudas pois para isso servem os bons advogados que fazem as leis e conhecem os buracos da mesma.
Por fim, esquecíamos de referir que tudo não passa de cabalas montadas por poderes ocultos até prova em contrário que nunca chega a ver a luz do dia. E como factos destes também se verificam na Europa porquê desejarmos ser diferentes?
Dada a falta de emprego que existe para os jovens, sugerimos até cursos de formação em cabalas pois assim termos mais uma profissão no país para defender os inocentes apropriadores da coisa alheia que sempre se preocuparam com o nosso bem estar.
Só para terminar uma pequena nota: recomendamos à Clara Ferreira Alves do programa "Eixo de Mal" que não abuse da nossa inteligência, querendo fazer-nos crer que a polícia inglesa anda a quer deixar-nos mal vistos...
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