domingo, dezembro 30, 2007

As moscam mudam

Mais um ano se aproxima do fim. Uma nova era de decadência nos espera embrulhada em palavras lindas de liberdade, justiça e igualdade. País de pacóvios, embalados por um senhor de botas que sonhava com uma vida rural tranquila e corporativista, apoiada por uma polícia secreta e por um exército acomodado, sem guerras, com uma camada de intelectuais educados em Paris e com sonhos de Maio de 68,com alguma irreverência estudantil reprimida com mão de ferro, viu-se envolvido em guerras de libertação de terras que possuía mas explorava fracamente (tirando o proveito de alguns favoritos do regime). Guerras de libertação de povos oprimidos lhe chamavam enquanto olhavam (os espertos) para as suas riquezas naturais (leia-se petróleo, diamantes, mámores,etc). Cansados de guerrear, os guerreiros do quadro de oficiais resolveram, finalmente derrubar a "ditadura". Foi um festa. Tudo era irmandade e camaradas. E lá vieram os famigerados partidos. Uns para aqui, outros para acolá, deitaram as ideologias para as hortas e toca de aproveitar tudo o que eram benesses do aparelho de Estado. Muita guerra verbal, muita palhaçada mas no final, corrupção a rodos, pedofilia, misturas com as máfias do futebol para arranjarem votos, gastos públicos exagerados e fortunas repentinas. Um beleza. Basta gritar o povo é quem mais ordena, de quatro em quatro anos, que se pode cansar com a dureza do governar. Tratar da saúde? Se tiveres dinheiro. Se não tens, esperas anos e podes muito bem morrer democraticamente. Dentes novos, nem vê-los. Bocas sem dentes são mais interessantes nos telejornais. Educação? Uma farsa constante para encher estatísticas. Fundos para investimento? Aldrabices pegadas e gastos sumptuários. Mas melhoramos muito em telenovelas, comentadores desportivos e políticos a fingir de comentadores que segundo classificava o "Público" de há dias são autênticos vómitos governamentais.
O crédito encheu o povo de dívidas comprando toda e qualquer merda que a publicidade impinge. Finalmente, apoiados na comunicação que controlam com os amigos, atrevem-se a começar a silenciar tudo e todos, a sugar o sangue dos contribuintes como nunca se tinha visto e a publicar decretos a que só falta instalar uma câmara em cada casa de banho particular. O maldito polícia que mora dentro de cada um deles começa a dar sinais de existência.
Podes falar? Claro que podes mas tem cuidado que os bufos estão por todo o lado a soldo dos célebres partidos. E vão inaugurar um site para denúncias!
Um novo Salazar senta-se na cadeira, mais modernaço mas os efeitos são os mesmos.
Um cheiro a podre alastra-se e começa a enjoar. Até quando? Mais uns cinquenta anos pelo menos...

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