quinta-feira, abril 27, 2006
O enjoo colectivo
Nada como uma sessão de Assembleia ao jantar durante um telejornal para tirar o apetite ao cidadão mais atento. Sempre a eterna falência do sistema social dentro de quinze ou vinte anos. Por um lado a necessidade de trabalhar até mais tarde (até aos 80 ou 90 anos, talvez) e por outro lado o desemprego existente! Os que trabalharam e descontaram podem não vir a ter reforma mas ninguém se interroga como foi gasto o dinheiro dos seus descontos ou como o valor acrescentado do seu trabalho desapareceu em proveito de alguns, nomeadamente em profissões altamente produtivas como jogador de futebol, construtor civil de estradas esburacadas ou utilizador de subsídios europeus improdutivos! Talvez em lugar de se falar de choque tecnológico se deva falar de choque de valores éticos e de equidade. Tudo isto na boca de socialistas! Menos admiraria na boca de extremistas ou de fazedores de Goulags. No fundo, a receita é sempre a mesma, desde os tempos mais antigos: uns merecem morrer a carregar pedras para pirâmides e outros a vida terrena e eterna dos luxos divinos. Todos os raciocínios servem para enganar os tolos e a "elite" pensante para comer as sobras do festim. Nem o mais impedernido ditador de jardim à beira mar se atreveria a tais lógicas de massacre colectivo, utilizando as técnicas arcaicas da censura e da polícia política. Quem falou na queda do muro, enganou-se. Mantém-se de pé, mediático e soberbo, separando os que vivem e os que vegetam. E por favor, já agora, não se esqueçam de pedir aos reformados para colocarem bandeirinhas durante o mundial. Fica o quadro completo.
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