Sem dúvida alguma, vivemos uma época em que a formatação da maneira de pensar atingiu o seu auge, mercê dos meios tecnológicos, sobretudo audio-visuais, e consegue alinhar os comportamentos de grande parte da sociedade em diversas matérias, desde a política até ao espectáculo desportivo (sobretudo o futebol), transformado em altar de novos deuses que nos impulsionam para a irracionalidade e descontrolo emocional.
Fala-se de uma crise económica e financeira como se se tratasse de algo inevitável e transcendente derivada de circunstâncias alheias aos poderes instiuídos e que as populações têm que pagar através dos impostos e da redução de rendimentos, sobretudo do trabalho e ainda da redução dos cuidados de saúde e da educação. Por outro lado, a máquina de intoxicação colectiva continua a injectar modelos de vida totalmente desfasados da realidade, imbuindo muitos de ideais de consumo e opulência que só existem para alguns. A crise é real para a maioria mas a alienação é total também.
Veja-se o que acontece com o campeonato do mundo de futebol que paralisa países em horário laboral. Veja-se pessoas adultas nos cafés e bares, vestidos da maneira mais estranha, aos gritos e a soprar vuvuzelas como se fossem crianças de jardim infantil. Alguém em Portugal sabia o que era uma vuvuzela antes da campanha publicitária? Mulheres adultas enlouquecidas pelas pernas e peitorais do Cristiano Ronaldo, promovido a símbolo sexual, aguardam horas e horas junto do hotel para o verem ao longe. Aliás para alimentar esta histeria colectiva, consta-se que as mulheres espampanantes que o acompanham são pagas para tal, criando uma figura de macho irresístivel e, claro, ajudando a vender os produtos que ele publicita.
Todos estes ganham milhões pagos indirectamente pelas populações no consumo dos productos que englobam sempre uma percentagem para a publicidade. Este endeusamento serve na verdade para ilusionar quem nunca ganhará a milésima parte daqueles rendimentos e, se calhar, flutua no mercado de trabalho ao sabor do emprego d curta duração.
A democracia que tanto enche a boca dos políticos, a maioria ignorantes habilidosos que fazem carreira sem outro esforço que não seja a sabujice, é na verdade formal e pouco a pouco se torna um regime totalitário onde a polícia política foi substiuída pela persuasão da propaganda e da continuação da política da manutenção da ignorância colectiva. Muitas vozes como o prémio Nobel Krugman se levantam contra uma política económica de desastre social que, na verdade, nada mais pretende do que eliminar uma parte da população e submeter a restante a condições de vida de miséria e de sujeição às condições laborais que beneficiem os detentores do poder económico. De uma maneira geral, vamos como os bois para o matadouro, entretidos a observar um monitor de televisão.
Haverá alguma solução? Acreditamos que sim pois a história demonstra que acontecerá algo que destruirá esta vivência ilusória de felicidade no caos.
1 comentário:
é bem possivel que o caos esteja já ao virar da esquina.60 anos depois do ultimo nada se aprende,toda a história se transformma numa rampa de lançamento para o caos seguinte.Conseguimos ir á luna mas não prever o obvio.
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