Morreu Michael Jackson. Como qualquer morte de um ser humano, é lamentável e digna de desgosto ara os seus mais próximos. A morte, única regra democrática que toca a todos, cria no entanto, em certos casos, uma histeria colectiva, difícil de explicar. Esses casos são, normalmente, figuras mediáticas que os meios de comunicação engrandeceram e levaram a ícones desta sociedade ávida de acontecimentos clamorosos. Já foi assim, por exemplo com Diana, Princesa de Wales e agora com o cantor acima mencionado. Não interessam até os lados menos positivos do seu carácter e só o endeusamento conta. Claro que tudo isto se traduz em negócio futuro de recordações e venda de revistas e discos ou outros artefactos. Estátuas são erguidas, algumas vezes igrejas, os jovens vestem-se à maneira dos ídolos e gastam-se milhões de dólares ou euros que normalmente sairão do bolso dos contribuintes, adeptos ou não dos deuses. Neste caso, a cidade de Los Angeles tem um défice de quatrocentos milhões de dólares, coisa pouca, em período de crise, e não se sabe muito bem quem pagará a despesa das cerimónias gigantescas, embora se presuma que haverá muitos doadores entre os crentes. Certo é que a editora já começou a vender record de discos, o dono do clube onde Michael Jackson fez a sua estreia tenciona vender o edifício aos pedaços e a Forbes que publica anualmente uma lista com as 13 celebridades mortas mais lucrativas seguramente vai incluir esta na sua lista de 2009.
O editor desta revista escreveu já que o artista foi um dos grandes entertainers mundiais e foi continuamente acusado de molestar crianças e por tal não acredita que as pessoas vão pagar para ir ao rancho Neverland, símbolo das suas excentricidades.
O que é para já incontestável é a onda de loucura colectiva que o marketing montou.
Alguém disse que tudo se compra e tudo se vende e nem a morte escapa às leis do mercado.
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