Dizem os entendidos que os blogs já eram e que agora o que se está a usar é o twitter, os encontros instantâneos nos Messenger, o Facebook e o MySpace. A rede ama a imagem e assim também o upload de fotografias e de vídeos tornaram-nos a todos jornalistas dos media. Claro que sempre fomos um pouco voyeurs, imediatistas e pouco dados ao pensamento, à leitura e à escrita. Estes últimos enfadonhos se comparados com qualquer jogo de futebol na televisão.
Pomos assim em dúvida a utilidade de estarmos para aqui a expressar pensamentos que muitas vezes chocam com a mediocridade bovina que por aí grassa. Mas algumas vezes não resistimos, em termos de desabafo, perante tanta estupidez e sonolência imposta pelo regime. Note-se que o Sócrates mudou de estilo o que fez a delícia de todos os comentadores arregimentados à panela do Estado. Assim, podemos esquecer a falência do neoliberalismo, as vigarices dos banqueiros e as reformas chorudas como compensação do brilhantismo das suas cabeças ao utilizarem a ineficiência da justiça em seu proveito.
Mas hoje vimos aqui tratar dos Provedores e Altas Autoridades da Justiça, do Tribunal de Contas, da Comunicação Social e quejandos que eles são muitos mais do que as mães. São sempre figuras respeitáveis a quem incumbe defender os cidadãos do inevitável. Lembremo-nos da quantidade de auditorias que o Tribunal de Contas faz, das notícias alarmantes nos jornais e na televisão e dos resultados das mesmas: zero, zero e zero. Assim, o sistema criou um escudo virtual que nos dá a sensação de protecção mas é só para admirar em noites de luar. Veja-se a polémica do Provedor de Justiça, do desacordo e acordo dos maiores partidos e finalmente a nomeação de um tal de Sousa que como os restantes assume um ar sério (não dizemos que pessoalmente o não seja), vai ocupar um gabinetezinho, ter uma secretária, um carrinho com motorista eum vencimento também condizente. Vai dar entrevistas, produzir palavreado, assegurar que tudo está sobre controlo e quando chegar a casa vai dizer à mulherzinha que é um baluarte da República. Claro que se não fosse para este lugar iria para Provedor do Crédito, matéria que supomos desconhece completamente. Mais adequado na justiça por ser da especialidade embora os resultados venham a ser semelhantes.
O Público diz mesmo que a sua nomeação resultou de um "acordo de cavalheiros". Mas que cavalheiros! De facto, chamar cavalheiro a um ilustre membro da seita política que nos tem governado parece um delírio.
Boa sorte Senhor Provedor e veja se se entretêm a plantar uma batatas no seu jardim para fazer algo de útil.
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