sábado, outubro 13, 2007

Eles comem tudo e não deixam nada

Em tempos idos cantores entoavam com emoção que eles comiam tudo e não deixavam nada para ninguém. Sonhavam com tempos novos de liberdade para o seu povo e com melhor sorte
para os que padeciam uma vida de trabalho sem ver qualquer fruto de jeito. Sonhavam com o acabar da polícia secreta e dos delatores que enchiam as fichas de todos os que não diziam amén com o sistema semi-fascista, caduco e apodrecido. Sonhavam com o fim de uma guerra colonial que ceifava a juventude. Veio o 25 de Abril e todos pensaram que tudo se havia transformado. Momentos de delírio e de embriaguês passaram pelos seus dias que se seguiram. Não se foram dando conta que novas larvas germinavam no seio da democracia; que esta se ia cada vez mais transformando em slogan publicitário e que muitos dos que empunhavam estandartes revolucionários só esperavam o momento para se sentarem nos belos lugares públicos e privados que lhes passaram a garantir os Mercedes, BMW e outros meios democráticos de transporte. Despojaram a política dos princípios e da ideologia e encheram-na de gordura de fast food. É vê-los de belas gravatas e belos fatos, justificando tudo que os donos mandam. Mesas redondas não faltam para enganar o pobre povo, de cultura tão privado, tirando claro o sacrossanto futibol (em homenagem ao Scolari da Virgem). A educação ficou pior, a saúde ficou ao encargo de Deus, o santo dogma do equilíbrio orçamental enche as suas orações e passados trinta anos só o acesso ao crédito (leia-se endividamento) melhorou. As obras de fachada são já mais do que as dos fascimo, a corrupção é factor de desenvolvimento, e, cúmulo dos cúmulos, segundo a voz da Catalina Pestana a recepção a Paulo Pedroso foi o maior escândalo dos últimos anos (este um dos expoentes da nossa classe dirigente). Diz ainda ela (ver o SOL) que a Maçonaria tem um defeito tenebroso protegem-se uns aos outros. Tudo se encobre em nome da "respeitabilidade" dos poderosos.
Já sem vergonha na cara, dedicam-se também a sugar o sangue dos pensionistas.
E o mais ridículo de tudo é que se riem empávidos e serenos na sua impunidade.

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