A velha fotografia no fundo da gaveta

No "Público" e ontem, na coluna do Provedor do Leitor,na sequência das reclamações de alguns leitores pelo facto de o grande destaque do 25 de Abril, na primeiera página, ter sido o trágico acontecimento de Tchernobil, o provedor vem justificar a escolha do jornal pela opção de fazer jus à vocação unioversal de Portugal e dos portugueses, classificando-a de "opção legítima e perfeitamente compreeensível nos dias que correm..." Parece-nos uma esfarrapada justificação bem como a do director do jornal que a determinado passo diz: "Colocar uma chamada sobre o 25 de Abril apenas "porque é suposto ter sempre uma chamada sobre o 25 de Abril" implicava deixar outras de fora. Claro, grande verdade! Se fosse uma vitória futebolística não haveria dúvidas. Agrada a gregos e a troianos. Aliás, nem percebemos o espanto dos leitores. O 25 de Abril é como uma velha fotografia dos avós desaparecidos que de vez em quando se mostra ou aparece no fundo de uma gaveta. Assim se confirma como uma boa intenção se transformou numa pastelada. O 25 de Abril de muitos é o tapete que lhes permitiu sair da mediocridade e alcançar postos nunca antes imagináveis e não uma esperança de uma sociedade mais justa e mais equilibrada. Assim vai a imprensa nesta cantinho...