Pois a crise económica anda por aí. Os partidos estão muito preocupados com os carenciados e todos eles discutem medidas sociais. Falta é interrogarem-se porque é que os carenciados e desprovidos crescem tão rapidamente. Os famosos comentadores de televisão dizem as coisas mais contraditórias: que o Estado não pode gastar mais em apoios e subsídios por causa do famoso défice mas ao mesmo tempo apoiam a candidatura ao Campeonato do Mundo de futebol! Os exemplos da UE são sempre para comparar o pior. Nada para comparar com o melhor que há lá fora.
Falam muito de PMEs mas esquecem-se que a grande maioria sempre viveu descapitalizada e gerida como mercearia. Claro que num mundo competitivo como o actual, a maioria não tem quaisquer condições estruturais para sobreviver. Falam que é preciso exportar mas onde param os apoios nesta área? Não falamos apenas de dinheiro, falamos da capacidade de penetrar mercados externos com produtos inovadores e marketing adequado. E que é feito da base principal da competitividade: a educação e preparação profissional? Sabemos como para o sector gerido por meia dúzia de teóricos e entregue a corporações de professores que, grande parte, só vê os manuais e a progressão de carreira. Onde param as políticas de integração dos jovens na vida profissional? Se passarmos para a saúde, interrogamo-nos se existem bons profissionais com falta de dentes e esperando anos para serem operados? Isto para já não falar do índice de ocupação de postos elevados por elementos partidários com competências ao nível do primata.
Nunca nenhum país abre falência mas a grande maioria do povo cai sim a viver pior e a apertar o cinto. Um círculo vicioso de decadência onde os sindicatos apenas se preocupam em manter postos de trabalho obsoletos e a grande maioria dos ditos empresários a comprar Mercedes, a construir piscinas e a culparem a crise, acompanhados por uma classe política que já demonstrou bem a sua incompetência e voracidade para viver à custa dos outros sem fazer nada para já não falar da roubalheira de alguns "banqueiros" que descobriram o eldorado sobre a forma de prémios à destruição da poupança.
Continuamos no entanto a propagar a filosofia do agora e do consumo a todo o custo, tornando os nossos jovens, desde crianças, dependentes do telemóvel, do Ipod e das calças de marca. Estudar neste país só para meia dúzia de "burros" que, naturalmente, acabarão por emigrar.
Neste panorama do desenrasca-te serve par alguma coisa o governo que temos? Serve porque ele só pode ser o espelho de um país decadente.